Quem ousar á conter a sede por dinheiro e poder dos que vivem confortavelmente da atemorização de pobres e desesperados? Quando serão impostos limites éticos para o exercício da teologia ?
É incrível a ignorância humana alimentada pela falta de escrúpulos de “empresários da fé” (pastores, bispos, profetas, gurus etc.) e seus ardilosos marqueteiros, que “pastoreiam” doutrinariamente e manipulam a mente de multidões, como se fossem “ovelhas” de seus rebanhos.
Um lucrativo e antigo comércio que mantém milhões presos ao atraso com ilusões absurdas comparáveis à promessa de profecias que previram a volta de um ‘ Redentor’ em evento que jamais aconteceu chamado de “Queda de estrelas”, fato este tão risível quanto a tentativa dos espertalhões que conseguiram “vender terrenos na lua para idiotas”.
Comércio lucrativo
Nunca foi tão fácil e próspero ganhar dinheiro valendo-se de argumentos extraídos de crenças históricas. Doutrinas e livros eivados de mitologias e simbolismos, que irrigaram a imaginação através de civilizações e suas culturas, do Oriente ao Ocidente, e no seio das próprias religiões que, em nome de uma “guerra santa”, apedrejaram e queimaram vivos os que se opunham às suas maluquices, hoje geram terror, êxodo e desgraças que há muito roubaram a paz no planeta.
Nessa “indústria da fé”, motivada pela ambição materialista com requintes de distúrbios patológicos, o “comprador” crédulo e ingênuo é tão importante quanto o argumento doutrinário utilizado em resposta aos seus questionamentos que, embora demandem argumentos racionais, são replicados com o uso da apelação intransigente, petulante e hipócrita da fé na tentativa de justificar a ausência absoluta de obras fraternas que evidenciem o que propalam.
A estratégia é aparentemente simples, mas o objetivo latente: cobrar o pagamento antecipado e imediato de vantagens e atrativos imaginários que deverão ser entregues em outra hipotética vida, mesmo não existindo a possibilidade lógica de aquinhoamento de propriedades pós-vida terrena.
O homem em sua insensatez e delírio, em particular os menos instruídos racionalmente, tendem a hipotecar fé em teorias religiosas, mesmo que elas encontrem óbice na razão e apresentem-se absurdas ou improváveis.
O poderoso marketing
As atrativas “ofertas doutrinarias” acenam com “vantagens” generosas de “produtos espirituais”, tais como “cidades com rios de leite e mel e ruas de ouro”, “seres alados”, “tronos”, “trombetas”, “reencontro de seus Redentores, familiares, amigos”, “comida farta” e “felicidade eterna”.
Outorgam aos crentes o falso título de “escolhidos”, dentre outras mirabolâncias alimentadas pela cegueira da fé e múltiplos absurdos, simultaneamente os desestimulando a serem responsáveis pelo desenvolvimento da inteligência racional, além de censurarem e ocultarem o conhecimento in loco dos meandros das organizações com as quais manipulam, exploram e roubam, em um jogo sujo de ameaças de inferno e fogo eterno aos que não seguirem os ensinamentos atrasados que tentam impor.
Oferta de “produtos” surreais
E aos que acreditam e contribuem com a bagatela de 10% a título de dízimo, com ofertas e outras dádivas, as promessas são de “chuvas de bênçãos” e a “garantia” de “salvação”. Contudo, essas contribuições não se prestam apenas a comprar a vida eterna do doador, mas também para bancar o alto padrão que seus líderes desfrutam aqui na terra com seus voos em primeira classe, carros de luxo, suntuosas mansões e outras extravagâncias que lhes garantem viver confortavelmente e, não raramente, violar os mandamentos que defendem como sagrados. Um verdadeiro terrorismo psicológico.
Enquanto isso, os dedicados e sinceros “obreiros” são cobrados por produção de capital e, na exaustão da vida útil, relegados à própria sorte com salários indignos, descartados pelas instituições que acreditaram haver tido influencia real como membros de uma verdadeira família e participação como donos de um patrimônio que não passou de falsa ilusão.
Ameaça aos pecadores
Existe, para esse mercado, todo tipo de cliente, com predisposição para hipotecar fé a espera de “milagres” que permitam compensar a mediocridade e os livrem de “pecar” caso ousem superar os “princípios” que receberam na tenra idade da razão como parâmetros para evolução pessoal em diferentes planos.
No entanto, observa-se a prevalência viciosa do ranço arcaico, legado de geração a geração que existiu em realidades de atraso e precário acesso à educação que os permitisse formar opinião própria ou desafiar o meio em que nasceram e a religiosidade de normas e ‘costumes’ e praticas acobertadas pelo manto da hipocrisia que ocultam a vocação criminosa em praticas de assedio sexual, estupros e chantagens nem sempre denunciadas.
Se descritas por uma ‘radiografia moral’ não seria temerário afirmar que as igrejas estão se transformando em entros de esnoba ção e ridícula ostentação de influencia por falsos ‘irmãos’, que posam de pseudo-intelectuais mas na realidade não passam de psicopatas asquerosos que deveriam ser desmascarados e presos.
Abusos que extrapolam a liberdade de culto
Numa agressiva prática de doutrinamento e recrutamento, legitimada pelo manto da liberdade de expressão de crença, procedem visitas domésticas não solicitadas e por vezes inconvenientes, gerando constrangimento aos indivíduos com diferentes convicções religiosas, importunados em sua privacidade ante a omissão dos legisladores em seu papel de proteger e garantir o respeito ao cidadão, livrando-os das garras da exploração e da voracidade impetuosa de charlatões de toda espécie.
Omissão e cumplicidade do Estado de Direito
Até quando o Estado vai esperar para estabelecer limites para a propagação de teorias com fins lucrativos imediatos, e proteger seus cidadãos do poderoso marketing que extrapola o direito e atropela a razão?
Impérios econômicos foram erguidos prevalecendo-se do desespero e da dependência humana em acreditar no impossível, em teorias absurdas e falsas, ante as quais capitulam não apenas incultos desesperados e aflitos, como também profissionais com formação nas mais diferentes áreas que, quanto à religiosidade, optaram por bloquear a mente e o espirito da evolução e a ampliação imparcial e fluída do discernimento.
Hoje, essas organizações “não lucrativas” donos de hospitais e escolas das mais caras e seu patrimônio astronômico detêm o controle de mais da metade das riquezas do planeta, enquanto bilhões de seguidores obcecados pelas suas falsas ilusões não passam de sobreviventes em condições de extrema miséria e ignorância sustentando-os. A simples divisão equitativa dessas riquezas e tesouros acumulados na terra, por exemplo, seria suficiente para eliminar o flagelo da fome no planeta.
Necessidade de leis rígidas
Tal realidade inaceitável de abusos, tais como o charlatanismo e a exploração humana, evidencia de forma imperativa a necessidade inadiável de uma profunda discussão entre Estado e Sociedade, com vistas a tipificar criminalmente essas praticas permitidas e estimuladas pelo vácuo normativo e apoiadas pelo influente lobby promovido pelos eleitos por organizações religiosas e os agentes políticos que financiaram para legislarem em causa própria e contrária aos interesses da justiça, da ética e da cidadania.
O Direito precisa regulamentar a atividade religiosa para coibir essa prática criminosa e inescrupulosa de empresas privadas do mercado da fé para obstar essa agressão sistemática à sociedade, de forma a impedir que os benefícios da exploração religiosa continuem a ampliar verdadeiros impérios econômicos com enriquecimento de alguns em detrimento do sacrifício de muitos.
Contribuição nefasta
As religiões, sem exceção, têm afetado negativamente o curso da história humana ao longo de civilizações, privilegiando um ou outro homem como “filho de Deus” quando o gênero humano como um todo seria parte harmônica e igualitária da obra, conforme apregoa a teoria do criacionismo.
Ao longo dos tempos, os registros históricos comprovam que as religiões são responsáveis pela geração de conflitos idiotas, violentos e mortais, provocando disputas e debates teológicas tolos e infindáveis, originando igrejas, seitas e ramificações dissidentes de todas as matizes, hoje em propagação de doutrinas confusas e extraordinária dimensionando a balbúrdia que caracterizou a antiga Babilônia.
Cristianismo
A coletânea Wikipédia descreve que o apóstolo Paulo, judeu com cidadania Romana, deu caráter universal a essa religião surgida em Jerusalém de uma obscura seita judaica, a qual, em 27 de fevereiro de 380, por meio do Edito de Tessalônica, Teodósio I adotou como religião oficial do Império Romano e reservou o título de “cristãos católicos” para os crentes “na divindade única do Pai, do Filho e do Espírito Santo, sob o conceito de igual majestade e da piedosa Trindade”, e declarou os outros “dementes e loucos sobre os quais pesará a infâmia da heresia”.
Ainda hoje os auto rotulados cristãos defendem como verdade divina absoluta, incontestável e sagrada o principio da Trindade imposto pela estranha mente de Teodósio, estrangulando o bom senso pela fé cega em um decreto humano que revestiram de insana divindade.
Discrepancia abismal entre a fé e as obras
Jesus, nascido em Nazaré, inspirador do cristianismo apregoava a igualdade entre os homens, o perdão e o amor ao próximo. Considerado dissidente pelos judeus, foi enquadrado na lei religiosa como rebelde político e condenado à morte pelas autoridades romanas, por defender a moral (hoje ausente das instituições religiosas que levam seu nome) e considerar que a religião era essencialmente individual e a virtude não era social, mas de consciência.
Desafortunado e sem poderes celestiais, manifestou profunda frustração ao desabafar, conforme registro bíblico contido em Mateus 27:46: perto da hora nona exclamou em alta voz “Eli, Eli, lamá sabactâni”, isto é, “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?”.
Palavras claras de que ali estava um ser humano que não pôde impedir a própria morte, quanto menos ressuscitar dias depois, conforme defendem os seguidores dessa religião tão controversa quanto as demais cujos seguidores são capazes de matar para defendê-las, mas jamais morrer para praticar suas crenças.
São igualmente descarados para rogar ajuda divina, atenção, fraternidade, deferência, respeito, abrigo, alimento e sinceridade, quando os negam com cruel indiferença ao próximo. Vergonhosamente marcham para aqueles que idolatram como “insustentável trindade”, mas esquecem que o melhor louvor seria a prática fraterna da caridade; cultuam a aparência cosmética física, o status social e econômico do próximo, enquanto os livros que escudam e debatem em infindáveis estudos apontam para o imperativo de priorização da essência humana.
Desfaçatez e ignorancia cronica
Destroem e poluem o “Eden” que os defensores do criacionismo atribuem a Deus e descaradamente ousam pedir um novo Céu, ignorando o ensinamento de que a condição de eterno reveste suas decisões de um caráter imutável e seu tempo não inclui o novo ou o velho; não se regem por nenhum dos calendários humanos.
Esquecem que o Deus em quem acreditam é onisciente e conhece as necessidades, mas o invocam insistentemente pedindo milagres que poderiam resolver com o desenvolvimento da sabedoria que receberam e não o fazem por acomodação cultural ou “indisposição”.
Desperdiçam o valioso tempo buscando interpretar o que enxergam mas não entendem, pois não conseguem ler com os olhos do espirito e a mente aberta ao discernimento, quando seria mais útil utilizá-los na prática efetiva do bem, praticando a caridade. Bitolados ou com o celebro lavado ostentam a pre-disposicao de ouvir para consertar, mas não como subsídios para reflexão imparcial e sabia. Esgoelam cânticos e preces em templos que não raramente desabam sobre suas cabeças como por exemplo ocorreu no terremoto que hoje abalou o México ceifando vidas depois de desmoronamento da centenária igreja de Santiago de Tlatelolco e dos templos históricos de Xochimilco e Milpa Alya. Porque não foram poupadas essas “Casas de Deus”?
Foto: El Universal – Terremoto no M éxico
Usam a violência como ferramenta para exteriorização do ódio que carregam no interior interior cuja mascara perdem ao esgotarem a curta razão ante o que os contraria ou são incapazes de processar.
Assim caminha a humanidade, “seguindo” e suplicando soluções dos pobres mortais que endeusam com com cegueira genética e apenas existem atreladas a estupidez, vitimas do crime, do egoísmo, da preguiça crônica, da superficialidade cosmética e ad eterna hipocrisia religiosa, incentivada pela omissão de sistemas de governo corruptos, ineficientes e perdulários e omissos responsáveis por macular a dignidade humana como um todo.
(r evisão final pendente)
Comentários:
___________
Duas palavra resumem a esclarecedora narração sobre a poderosa ‘Industria da Fé’: Incoerência e Hipocrisia.
Muito dinheiro, muita doutrina e muita presunção em nome de Deus. Revoltante ver milhares de cegos espirituais (ainda que sinceros) reivindicando para si o rotulo ilusório de ‘salvos’ e ‘escolhidos’.
Triste, vergonhoso e irritante pois pretensos líderes religiosos se deixaram sucumbir pelo desejo insaciável e megalomaníaco da busca pelo Poder e influência numa ação gananciosa latente, usando a fé de miseráveis, incautos, desesperados e tolos para manipulação prevalecendo-se sem nenhum escrúpulo da ignorância coletiva.
Se acham os ‘donos da Palavra’, usurpam a boa f é alheia e atropelam a razão aos olhos de governos igualmente corruptos, irresponsáveis, omissos e cúmplices desse processo hereditário no qual “Cegos guiam cegos”.
Tristemente devo admitir que essa é uma contestação lucida abordada de forma límpida que inquestionavelmente coloca o autor ao lado do chamado sentido comum.
Ellen W. Danthas