O vergonhoso desserviço da grande imprensa
Ironicamente, a chamada grande imprensa, formadora de opinião, tem prestado um desserviço idiotizando e alienando as massas, desinformando, construindo ou destruindo reputações a sua conveniência ou desgastando a credibilidade de instituições do Estado.
Da mesma forma, engambela vergonhosamente a população, abrindo espaço a duvidosos entretenimentos, aliados ao esporte, shows megalomaníacos eivados de extravagante sexismo realizados em estádios e outros espaços televisivos, o que distrai a todos, desviando suas atenções dos problemas nacionais, e com isso causando um clima de irresponsável alienação e euforia, enquanto questões de relevância e urgência são ignoradas na elaboração das pautas.
Essa poderosa indústria midiática um dia chamada de Quarto Poder precisaria atuar e funcionar acompanhada por órgãos de fiscalização formada por representantes de Estado e da própria Sociedade, não para exercer a censura, porém, como fator impeditivo a não extrapolar as finalidades do privilégio das concessões e o propósito maior de informar sem tentar influenciar a política, objetivando vantagens financeiras para seus grupos – isenções fiscais ou barganha de fatias maiores do bolo destinado pelo governo à publicidade oficial –, assim forçando ou cerceando o profissionalismo de muitos profissionais, imparciais, competentes e sérios que construíram o velho e bom jornalismo a fazerem o jogo sujo, num atropelo inadmissível à ética profissional. Felizmente existem jornalistas sérios e dignos que nas trincheiras da moralidade dos bons costumes públicos, desprezam todo tipo de autoritarismo, barganhas e chantagem praticadas por empresários corruptos donos das empresas mediaticas, que denunciam para vender soluções e ganhar dinheiro através de fontes e métodos criminosos.
O exercício do poder, sem fiscalização, fomenta o arbítrio, o absolutismo e os abusos. Implica ser acompanhado de forma permanente, e nenhum mecanismo o faria de melhor forma que uma comissão mista composta por representantes de diferentes segmentos da opinião nacional. Tal controle, além de um instrumento saudável para a democracia, livraria o cidadão da condição de refém dessa máquina com poderes absolutistas.
Alguns jornalistas se portam como se fossem estrelas, demonstrando a necessidade tola de acariciar o próprio ego com vaidades fúteis, desprovidos do conhecimento em outras áreas. Comportam-se como ridículos, ultracrepidários, sectários, parciais, como agentes da desinformação. Atuam como “paus mandados”, e não raramente deslumbrados com paixões políticas, ideológicas e religiosas, fomentadas por canalhas do poder econômico e político de diferentes vertentes.
Manipulam descaradamente a opinião pública com notícias tendenciosas grosseiramente maquiadas de verdade, numa ação irresponsável tão ou mais nocivas quanto as mídias sociais que criticam e esnobam.
Perguntar-se-iam os expertos no reino da ratolândia: “Mas quem ousaria colocar o sino no pescoço dos predadores?”.
Algum Congressista ousaria promover esse debate legitimo e inadiável?
Ou essa ação deverá esperar pela iniciativa de algum cidadão de bem que promova um projeto de lei de iniciativa popular?
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