Jairo de Freitas Saraiva: A Saga de Um Patriota Brasileiro

Senadora Fátima Cleide

Pronunciamento  Diário  do Senado Federal

Homenagem ao Capitão Jairo Saraiva

DSF Dezembro 21, 2010 – (Página 60178 a 60179)

A SRª FÁTIMA CLEIDE (Bloco/PT-RO)  Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, no próximo dia 17 de janeiro será aniversário de falecimento de um bravo e indomável pioneiro da minha cidade, Jairo Saraiva. Se conosco estivesse, Jairo teria bem vividos 88 anos de idade.

Mas ele se foi em 2004, e hoje, nesta tribuna, apenas quero brevemente realçar sua personalidade e contribuição dada ao nosso então território de Rondônia, hoje pujante estado, que faz aniversário de instalação no mês de janeiro, no dia 4 precisamente.

Por isso quero saudar e lembrar aqui de um valoroso pioneiro, que atuou como membro das Forças Expedicionárias Brasileiras, FEB, na Itália. Era então um jovem amazonense de 22 anos, filho do casal Luiz Rufino e Maria, que embarcou para distante do Brasil levando no peito o ideário democrático de liberdade, contra o nazi-facismo.

Isso foi nos idos de 1945. O jovem Jairo Saraiva decerto nem sonhava que um dia emprestaria seu vigor e inquietude, e as experiências de uma vida cheia de aventuras, nas lides que enfrentaria no então território rondoniense, região em que tudo estava ainda por fazer, e muitos ali atuavam, mesmo sem querer, na construção de uma nova federação.

Pioneiro no Território de Rondônia, Jairo Saraiva se tornou um policial de grande perspicácia na averiguação de crimes que comandou. E, interinamente, na chefia da Guarda Territorial, recepcionou e hospedou, na chegada a Porto Velho, o tenente-coronel Carlos Aloysio Weber, que por volta de 1965 estava ali para comandar o 5º Batalhão de Engenharia e Construção, um braço do Exército brasileiro que só elogios merece por sua enorme contribuição à consolidação de Rondônia.

Jairo Saraiva comandou a operação de combate ao incêndio no histórico Mercado Central, quando sequer existia em Porto Velho o Batalhão do Corpo de Bombeiros. Ele liderou colegas da Guarda Territorial e um grupo de bravos voluntários que conseguiram salvar das chamas metade da estrutura do prédio, mesmo com tanta precariedade de recursos.

Entre as várias funções que exerceu, estão a de ajudante de Ordem dos governadores militares Paulo Nunes Leal e Theodorico Gahyva, além de administrador da Colônia Penal Ênio Pinheiro.

Aposentou-se em 1978 com a patente de Capitão, e, a partir daí, dedicou-se a executar projetos de grande interesse pessoal voltados para o social, praticando com o entusiasmo de um espírito jovem o voluntariado comunitário, como cidadão pleno a serviço do bem comum.

Fundou, juntamente com Flodoaldo Pontes Pinto, Mendonça Neto, André Romano e outros nomes ilustres, a Associação dos Ex-Combatentes, Seção de Rondônia.

Jairo Saraiva foi condecorado em 1951 com o Diploma da Medalha de Campanha pelo General Newton Estilac Leal, Ministro da Guerra. Foi delegado, representando a Seção de Rondônia, à XIV Convenção Nacional dos Ex-combatentes do Brasil, realizada em Caxias do Sul – RS, em 1972. Entre as condecorações que recebeu encontra-se o curioso Diploma de Honra, concedido pela Associação dos Veteranos da Campanha do Cangaço na Raza da Catarina Bahia, pelos feitos heróicos na campanha brasileira na Itália, outorgado pelo Capitão Virgulino.

Militar, poeta, líder comunitário e cristão, Jairo Saraiva passou sua infância e parte da juventude no bairro Educandos, em Manaus. Teve quatro companheiras, e com elas 17 filhos. Como expedicionário da FEB lutou com a honradez e solidariedade dos bons brasileiros, carregando colegas feridos, cedendo alimentos e agasalho.

Construiu uma vida, a partir da década de 50, em Rondônia, com a fibra daqueles que vivem para servir. Na Guarda Territorial fez história e deixou legado para gerações que no solo do oeste brasileiro aspiram as melhores ambições, as ambições de fazer daquele pedaço de chão não apenas a terra de todos os brasileiros, mas a terra que orgulha sempre mais.

Janeiro é aniversário do Estado de Rondônia, que chega neste 2011 aos 30 anos de vida. Jairo Saraiva nos deixou em janeiro de 2004. Homenageio Rondônia através de Jairo, altivo personagem da galeria de valorosos nomes que fizeram e fazem diferente a nossa rica morada.

Jairo Saraiva atuou como Militar, poeta, líder comunitário e cristão, nascido na cidade de Manaus, criou-se no bairro de Educandos, onde passou sua infância e juventude.

Em 1945, o jovem amazonense Jairo Saraiva, então com 22 anos, filho do casal cearense Luiz Rufino e Maria, embarcava no Rio de Janeiro no transportador de Tropas Americano USS Harry S. TRUMAN com destino ao teatro de Operações de Guerra na Itália, como membro das Forças Expedicionárias do Brasil – FEB.

Naquele navio, milhares de brasileiros cruzaram o Atlântico para lutar pelo ideário democrático de liberdade contra o nazi-fascismo.

O desejo de vitória e a tradição de coragem indômita de que os brasileiros de norte a sul eram e são herdeiros, motivavam sobremaneira aqueles jovens que deixavam atrás de si a angústia das mães e o orgulho dos pais, sob o pálio da oração e a torcida de toda a Pátria amada, sob cuja bandeira iriam combater as incertezas de um mundo ameaçado e conturbado, arrostando a morte para que a Humanidade ficasse livre de ideologias de supremacia racial que não respeitavam os diferentes.

As condições eram difíceis, e as decisões políticas tomadas nos bastidores, açodadamente, não permitiram sequer que nossos pracinhas alcançassem a linha de frente devidamente equipados e treinados. Ignoravam que chegariam à Europa durante um dos mais frios invernos da história daquele velho Continente, trajando apenas seus uniformes leves, usados no verão tropical brasileiro.

No entanto, depois da brincadeira, a fraternal solidariedade das tropas americanas permitiu que nossos valentes pracinhas recebessem de presente os agasalhos apropriados para enfrentar o frio europeu.

Também contava, envaidecido, como conseguiu carregar um companheiro machucado, mesmo ferido na cabeça depois que estilhaços de uma granada o atingiram. Dizia que o analgésico foi a placa de identificação que mordeu forte como forma de superar a dor, enquanto voltava à sua base.

Com a vitória em Monte Castelo, no Sul da Itália, deu-se início ao esperado regresso. Contudo, muitos daqueles jovens ficaram no cemitério de Pistóia e em outros palcos da Guerra. Jairo Saraiva, no entanto, saiu vivo do conflito e retornou ao Brasil.

 

A família

De volta à Pátria, alguns anos depois o expedicionário da FEB conheceu a jovem paraense Adamar de Paiva Sales, estudante de Odontologia em Belém. Casaram-se e foram fixar residência em Porto Velho, então Capital do Território do Guaporé, no governo de Jesus Bulamarque Hosanna (1952), face ao incentivo a Jairo de lei que permitia aos ex-combatentes da Força Expedicionária Brasileira o ingresso na então Guarda Territorial, no posto de suboficial, como início de carreira.

Mas o audacioso guerreiro não era dado a acomodações, nem no casamento, haja vista as duas parcerias amorosas subsequentes que lhe marcaram a vida e trouxeram ao mundo outros descendentes seus que, de outro modo, nem teriam existido.

Passaram-se quatro décadas antes que viesse o divorcio e reencontrasse a professora e bacharel em administração Socorro Saraiva, em Quixeramobim, município do interior do estado do Ceará, com quem contraiu matrimonio pela quarta vez e teve dois filhos: Israel Saraiva, hoje advogado e procurador daquele município, e Débora Saraiva, graduada em jornalismo e acadêmica de psicologia.

Socorrinha, como carinhosamente é conhecida, abdicando da sua própria vida dedicou-se com exclusividade aos cuidados do amado companheiro até o final de seus dias.

 

Seguindo o exemplo

Duas netas, nascidas em Brasília e posteriormente naturalizadas americanas, herdaram o pendor guerreiro do avô Jairo e ingressaram nas FF.AA.

Priscila, que serve como Fuzileiro Naval (US Marines), partirá em breve para combater o terrorismo no Afeganistão; Graciela, na Marinha de Guerra (US NAVY), cumpriu com honras militares a missão nos Golfos do Éden e Pérsico, em 2009/10, a bordo do USS Destroyer Donald Cook (DDG 75), mantendo viva a lembrança e a tradição militar do saudoso avô brasileiro.

 

Pioneiro em Rondônia

Pioneiro no Território de Rondônia, Jairo Saraiva, considerado policial de grande perspicácia na detecção de crimes, comandou, ainda que interinamente, a Guarda Territorial que, sob sua administração, recepcionou e hospedou, na sua chegada a Porto Velho, em 1965, o 5º BEC, comandado pelo Ten Cel Carlos Aloysio Weber.

O febiano também comandou a operação de combate ao incêndio no histórico Mercado Central, quando não existia em Porto velho o batalhão do Corpo de Bombeiros, liderando seus comandados da Guarda Territorial e um grupo de bravos voluntários que conseguiram salvar das chamas metade da estrutura do prédio sinistrado, nada obstante a precariedade dos recursos.

Entre as várias funções que exerceu, inclui-se também a de Ajudante de Ordem dos governadores militares Paulo Nunes Leal e Theodorico Gahyva, além de administrador da Colônia Penal Ênio Pinheiro.

Aposentou-se em 1978 com a patente de Capitão, e, a partir daí, dedicou-se a executar projetos pessoais voltados para o social, praticando com o entusiasmo de um espírito jovem o voluntariado comunitário como cidadão pleno a serviço do bem comum.

Juntamente com Flodoaldo Pontes Pinto, Mendonça Neto, André Romano e outros nomes ilustres, fundou a Associação dos Ex-Combatentes, Seção de Rondônia.

 

Condecorações

Jairo Saraiva foi condecorado em 1951 com o Diploma da Medalha de Campanha pelo General Newton Estilac Leal, Ministro da Guerra. Foi Delegado, representando a Seção de Rondônia, à XIV Convenção Nacional dos Ex-combatentes do Brasil, realizada em Caxias do Sul–RS, em 1972.

Entre as condecorações que recebeu, encontra-se o curioso “Diploma de Honra”, concedido pela “Associação dos Veteranos da Campanha do Cangaço na Raza da Catarina” – Bahia, pelos feitos heróicos na campanha brasileira na Itália, outorgado pelo “Capitão Virgulino”.

O febiano Jairo Saraiva espalhou seus genes, que, bem representados, continuarão séculos afora na prole fantástica que deixou, e que já se encontra também além-fronteiras, no Norte do Continente Americano.

 

O legado

Tendo vivido uma vida incomum, cheia de aventuras, e participado da guerra mais feroz do Século XX, o velho combatente, pioneiro do Território de Rondônia, hoje pujante Estado, faleceu aos 81 anos de idade, no dia 17 de janeiro de 2004, em Fortaleza-CE, terra de seus antepassados.

Seus restos mortais repousam em Serra D’Água, no Município de Quixeramobim, sob frondoso juazeiro, cujas folhas, sempre verdes, como a esperança que lhe guiou os passos na vida, não caem nunca, resistindo à seca e às intempéries.

A tumba inusitada foi pedido seu, ainda em vida, que a Justiça cearense deferiu em homenagem à sua história de combatente pelas liberdades, que são o ideal dos homens livres.

Deixou como legado um valioso retrato de disciplina e honradez, testemunhados pelos pioneiros com os quais conviveu.

Descanse em paz, saudoso Capitão Jairo Saraiva, com a missão terrestre bem cumprida. Seu exemplo irrefutável de coragem diante da vida é luz para os que ficaram.

 

De improviso na Maior das Guerras

“O pouco tempo de preparo – cerca de um mês – foi só um dos problemas enfrentados pelos expedicionários antes de rumarem para a Itália. “Enfrentando um firo de -20 graus centígrados, os brasileiros aprenderam de fato a guerrear na Europa, junto com os americanos”.

Para se ter uma ideia, o único batalhão da América do Sul que lutou contra as forças da Alemanha nazista teve apenas um espaço para a realização das instruções. Dos três centros de treinamento militar previstos, apenas o do Rio de Janeiro foi efetivado conforme relato dos  historiadores Diego Antonelli e Leandro dos Santos.

Era o que tinha a dizer.

Muito obrigada. ( Fátima Cleide foi Presidente da Comissão de Educação do Senado da República).

 

GALERIA DE FOTOS
Partida de pracinhas brasileiros da Baía da Guanabara (RJ)
Jairo deveria ser esse sentado com as pernas penduradas por sua natureza prosaica e desafiadora😃
Chegada do USS General M. C. Meigs (AP-116) no porto do Rio de Janeiro trazendo os pracinhas de volta da Itália.
(18 de Jul de 1945)
Jairo Saraiva na Itália, em 1945 II Guerra Mundial
Em pé, da direita para esquerda, Jairo e outros colegas na Itália
Adamar e Jairo
Os filhos com Adamar: Samuel, Jair, Saray, Davi, FEB e Jaimar.
A neta Priscila membro do Dept de Defesa dos EUA nos Marines
A neta Graciela na marinha de guerra Americana – NAVY
Da esquerda para direita 1º – André Romano; 3º – Índio; 5º – Mendonça; 6º – Laudelino; 8º – Jairo
Ao Centro, Ten. Jairo portando orgulhoso a bandeira brasileira no desfile de 7 de Setembro de 1965
na ladeira do Palácio Presidente Vargas em Porto Velho, RO
Em 1966, na presença do Governador Cel. João Carlos dos Santos Máder, recepciona o saudoso
Gen. Humberto de Alencar Castelo Branco Presidente do regime político-militar instaurado em 1964
Diploma da F.E.B pela atuacao na 2a. Guerra Mundial na italia
Samuel no Jazigo do pai, Jairo Saraiva, em 2004

 

M A N I F E S T A Ç Õ E S

Paulo Cordeiro Saldanha – Empresário
(Guajará Mirim – RO)

Sam, a trajetória do “Velho Capitão” poderia virar um romance, haja vista a fecunda história que lhe marcou a existência.

Sua vida exemplar, os amores que enriqueceram suas lembranças, as missões recolhidas, a paixão pelo Brasil, orgulho de ter nascido amazônida, sem perder a alma nordestina, enfim, as experiências vividas se multiplicariam no desenvolvimento de um livro. Parabéns pela irretocável escrita!

Meu abraço!

 

Saray Saraiva – Advogada
(São Paulo)

Sam, esse trabalho biográfico ficou maravilhoso até porque você o fez com muito esmero. Papai ficaria muito orgulhoso de você se lesse.

 

Helena Silva – Ativista Comunitária
(Tokio- Japão)

Uma história bravia, máscula, de muita coragem!!! Esse resgate de memória do filho pro pai é louvável. Seus feitos o fizerem merecedor de uma biografia. Fica evidenciado o bom relacionamento do jornalista com as ex-mulheres de seu pai e irmãos. Muito bacana. Isso não é pra qualquer um. Seu relato impele a fraternidade.

 

Maurício Gomes – Advogado
(São Paulo)

O texto ficou muito bem redigido. É um misto de poema com história, ficou otimo. Naquela época, ao contrário de hoje, a diplomacia brasileira se afinava com a proteção dos direitos humanos e da democracia.

Ainda bem que o velho tenente Jairo não viveu para ver o Brasil de relacionamento estreito com o Irã, um estado onde pessoas são presas e mortas por ousarem criticar o governo, uma nação sem liberdade de imprensa que vive de uma religiosidade fanática. Pode até parecer um exagero, mas chega ser uma ofensa aos pracinhas brasileiros que tombaram na Europa a aproximação ingênua e irresponsável do Brasil com o Irã.

Ana de Leon – Empresária
(Punta del Este – Uruguay)

Leí la saga del teniente Jairo, realmente una vida increíble!!! Me imagino que habrá marcado a cada uno de sus hijos, familiares y amigos. El orgullo y sentimiento de adoración que transmite la biografía, emociona.

Yvone Oliveira – Funcionária Federal
(Brasília – DF)

Gostei do que li. Que pena ele não estar vivo para ler esta bela homenagem. A vida dele foi sem dúvida, heróica. Parabéns pelo lindo relato biográfico que fez em memória de seu pai.

Fernando Lapagesse – Advogado
(Rio de Janeiro)

Está magnífico, e tão magnífico que sinto “inveja” por não ter meu nome como autor. Mariluza minha esposa ficou babando com as duas netas brasileirinhas; (“Isso que eu queria para mim: uma farda “- também é filha de febiano da Aeronáutica – Grupo Senta a Pua). Parabéns!!!

 

Jairo de Freitas Saraiva: A Brazilian Patriot’s Saga

In 1945, the young army Lance Corporal JAIRO DE FREITAS SARAIVA, boarded the American USS 116 in Guanabara, Rio de Janeiro and headed to 2nd War Operation in Italy as a member of the Brazilian allies Expeditionary Forces.

Cap. Jairo Saraiva  (center) and Gen. Castelo Branco (right)

Jairo de Freitas Saraiva (February 24, 1923 –January 17, 2004).  Soldier, poet, community leader and Christian, born in the city of Manaus, raised in the neighborhood of Educandos where he grew up and spent his youth.

In 1945, the young Jairo Saraiva, 22 years old at the time, from the state of Amazonas and the son of Luiz Rufino and Maria, both from the state of Ceará, boarded the American troop carrier, the USS Harry S. TRUMAN in Rio de Janeiro, and headed to War Operations in Italy as a member of the Brazilian Expeditionary Forces. On that ship were thousands of Brazilians crossing the Atlantic to fight for the democratic ideal of liberty against Nazi-Fascism.

The desire for victory and the tradition of undefeatable courage that was and is present in Brazilians, from the north to the south, especially motivated those youth that had left behind their mother’s worry and their father’s pride, under a canopy of prayer and cheers from their beloved homeland, under whose flag they would fight the uncertainties of a threatened and disturbed world, facing death so that humanity would be free of racial supremacy ideologies that did not respect those that were different.

The young expeditionary grew old  and indulged in reminiscing (since “to remember is to live it again”, as the popular adage says). He used to tell that, upon arrival in Italy, soldiers from first world countries – Brazil was the only one from South America that participated in the conflict and sent troops – asked them if Brazilians were crazy for wearing  warm weather clothing under such severe weather conditions. It was one more enemy, and a terrible one at that, especially for those coming from the Amazon.

However, after the joking, the fraternal solidarity of the American troops gave way for our brave soldiers to receive a gift of coats appropriate for facing the European cold.

He also told the story, in a vain manner, of how he carried an injured companion even though he had been struck in the head by fragments of a  grenade that had hit them… He said his painkiller was his identification tag, which he bit strongly as a way of overcoming the pain while returning to the base.

The victory in Monte Castelo, in the south of Italy, began the much wanted return trip home… However, many of those young men stayed behind in the Pistoia  cemetery and other wartime stages. Jairo Saraiva, however, came out of the conflict alive and returned to Brazil.

FAMILY

It is possible to speak of destiny, but it’s preferable to speak of choice, as it is an idea of free will and individual responsibility.

The fact is that the FEB [Brazilian Expeditionary Force] member met the young Adamar de Paiva Sales, from the state of Pará, an orthodontics student in Belem. The connection between both of them was irresistible and capable of overcoming all barriers. They started a relationship and set up residence in Porto Velho, the then capital of the Guapore Territory, under the government of Jesus Bulamarque Hosanna (1952). Under a law that allowed ex-FEB (Brazilian Expeditionary Force) combatants to join the Territory Guard, Jairo took the position of warrant office  and his career began.

FOLLOWING THE EXAMPLE

Two granddaughters, both born in Brasília, inherited the warrior tendency from their grandfather Jairo and enlisted in the American Armed Forces, as they had graduated in the U.S. and held dual citizenship there and in Brazil. Priscila serves as a marine  (US Marines) and will soon leave to fight terrorism in Afghanistan; Graciela, a member of the Navy (US Navy), fulfilled her military honors on missions in the Gulf of Aden and the Persian Gulf, in 2009/2010, on board the USS Destroyer Donald Cook (DDG 75), keeping alive the memory and military tradition of their nostalgic Brazilian grandfather.

PIONEER IN RONDÔNIA

A pioneer in Rondonia Territory, Jairo Saraiva, considered a police officer of great insight in detecting crimes, temporarily commanded the Territory Guard that, under his administration, received and hosted the 5th  Battalion, led by Lieutenant Coronel Carlos Aloysio Weber, on their arrival in Porto Velho in 1965.

The FEB member also directed the fire combat operation  in the historic Central Market when there wasn’t yet a firefighting squad in Porto Velho, leading his Territory Guard personnel and a group of brave volunteers who were able to salvage half of the building’s damaged structure from the flames , in spite of the precarious lack of resources.

Among the other functions he carried out, he was also the Aide-de-Camp  to military governors Paulo Nunes Leal and Theodorico Gahyva, as well as to the Penal Colony administrator, Enio Pinheiro.

He retired in 1978 with the rank of Captain and, from then on, dedicated himself to carrying out personal projects for social  well being. He was a citizen working for a common social good, enthusiastically taking on community service with a youthful spirit.

DECORATIONS

Jairo Saraiva was decorated with the Company Medal Award by General Newton Estilac Leal, the War Minister. He was a Representative for Rondonia at the XIV National Convention of Brazilian Ex-Combatants, which took place in Caxias do Sul – RS in 1972. Among the decorations he received, there is the curious “Diploma of Honor,” granted by the “Association of Veterans of the Cangaço na Raza da Catarina Campaign” – Bahia, for heroic efforts with the Brazilian campaign in Italy, bestowed by “Captain  Virgulino.” FEB member Jairo Saraiva spread his genes and, being wellrepresented, they will continue for centuries well beyond our borders, on the North American continent.

THE LEGACY

Having lived an uncommon life full of adventure, and participated in the most fierce war of the 20th Century, the old combatant, pioneer of Rondonia Territory, now a thriving state, passed away at 81 years of age on the 17th of January of 2004 in Fortaleza (CE), the land of his ancestors.

His remains rest in Serra d’Agua, in the city of Quixeramobim, under a lush jujube tree. Its leaves are always green, like the hope that guided him throughout his life, and never fall, withstanding  drought and bad weather.

He picked the unusual tomb, while still alive, granted by the Ceara justice system in honor of his history of fighting for the freedoms that are the ideal of free men. His legacy is a valiant portrait of discipline and honor, witnessed by the pioneers that surrounded him.

Rest in peace dear Lieutenant Jairo Saraiva, with your well-accomplished earthly mission. Your irrefutable example of courage in life is light for those that are left behind.

COMMENTS

PAULO CORDEIRO SALDANHA – BUSINESSMAN  (GUAJARA MIRIM – RO)

Sam, the path taken by the “Old Captain” could be a novel given the fertile history that marked his existence. His exemplary life, the loves that enriched his memories, the missions taken on, his passion for Brazil, his pride for having been born in Amazonas, not losing his north easterner  soul – in all, the experiences that multiply into the development of a book. Congratulations for the impeccable work! Hugs!

MONTEZUMA CRUZ – JOURNALIST (BRASÍLIA – DF)

This was great. Now not just family members, but also those from Rondonia, Amazonas and other Brazilians have the opportunity to get to know Jairo Saraiva’s life better.

ANÍSIO GORAYEB – JOURNALIST (PORTO VELHO –RO)

Dear Samuel, I am certain that your father, wherever he is, is proud to have a son with the ability to give him such a beautiful and deserved tribute. All of us, children of this earth, are also proud of our heroes. Congratulations.

Published in Aug. 11, 2010 – PRLog

(HISTORY: The 2nd World War – 1945]

Senadora Fátima Cleide e Samuel (Primogenito do Ex-Combatente Jairo Saraiva)

(Nov, 2010 em Porto Velho – RO)