”Y ou were beautiful with flowers in the spring, the tones of green in the summer, the golden coloring in autumn and the snow blanket that dressed you in the winter. Thank you for the unforgettable beauty in so many seasons… ”
Possivelmente nasceu de uma pequena semente que caiu do bico de um pássaro em vôo. Passou o seu tempo e chegou o inevitável crepúsculo, completando-se o ciclo da vida terrena, acariciada pelo vento das tempestades ou pela suave e cálida brisa dos verões …
A Metamorfoses dos tons verde prevaleceu baixo o sol nos dias longos de verão ou banhada pela luz prateada da lua em noites estreladas expressando beleza por estações a fio, vislumbrando olhos que tiveram a sensibilidade e o privilégio de apreciar suas delicadas flores brancas na primavera, as folhas no verão, transformadas no dourado a cada outono, ou no encantamento de seus galhos que hibernaram sob o denso e macio cobertor da neve desafiando a densidade de invernos.
Foi a morada segura de gerações de esquilos brincalhões e palco do gorjeio de pássaros saltitando graciosamente enquanto faziam ecoar sons divinais e em algum momento serviu de sombra e descanso para as costas de algum caminhante cansado. Sob o brilho do sol o mesmo espaço, foi compartido com abelhas laboriosas que pousavam sob suas flores e a cada entardecer cediam lugar para os vagalumes cintilarem o neon esverdeado transformando-a numa iluminada árvore de Natal, legando em eloquente silêncio a incontestável lição de ser possível existir em um mundo de harmonia em plenitude nessa mesma dimensão.
Assim existiu aquela saudosa árvore, oferecendo sombra e hospitalidade em um recanto da igreja Saint Peter, em Olney, nos Estados Unidos.
Na memória fresca ainda ecoam os sons harmoniosos das gaitas de fole escocesas em despedidas solenes nas quais os homens se substituem uns pelos outros reafirmando a constatação pessoal que as duas semanas de existência de uma borboleta, os quinze anos de vida de um cachorro ou os oitenta anos da existência de um homem são igualmente uma breve ilusão de tempo ante a eternidade, desencorajando as posturas superficiais, a valorização do efêmero, a vaidade fútil e o orgulho insustentável que constituem obstáculos desafiantes à acensão mental e espiritual.
As lições e boas lembranças daquela singular linguagem da árvore de outrora, serão repassadas no filme das minhas memórias com o eco dos sons harmoniosos da natureza, audíveis apenas pelos que sabem sintonizar a frequência do espirito e a certeza que ela tinha uma alma.