Washington D.C – Logaritmos dos conflitos analisados pela Inteligência Artificial poderão brevemente se tornar uma ferramenta imprescindível para o encontro de soluções e dissuasão da insensatez belicista injustificável. A Inteligência Artificial (IA) na Mediação e Resolução de Conflitos nas Relações Internacionais para solução de crises baseia-se na razão e na lógica.
Essa área da ciência da computação tem desenvolvido sistemas capazes de ajudar na mediação e resolução de disputas e conflitos entre nações, seja no âmbito bilateral ou multilateral. O potencial disponibilizado pela Inteligência Artificial é significativo como ferramenta facilitadora na mediação e resolução de disputas, de forma mais rápida, eficiente e acessível sobretudo, ajudando a alcançar acordos mais justos e satisfatórios para todas as partes envolvidas.
No entanto, a observância da ética será fator imprescindível para garantir que a aplicação da IA seja feita de maneira responsável e transparente, ágil e eficiente para Estados-Nações e respectivas Sociedades.
Em menos de um ano, o Chat-GPT se tornou amplamente conhecido, o que reflete os avanços surpreendentes das ferramentas de software alimentadas por inteligência artificial, especialmente dos modelos de inteligência artificial (IA) generativa. Com esse progresso, surgiram muitas previsões de que a IA vai revolucionar a guerra. Nesta fase do desenvolvimento da IA, os parâmetros do que é possível ainda estão sendo explorados, mas a resposta militar à tecnologia de IA é inegável.
Culpa dos ‘racionais’
A teoria da “inteligentização” da guerra, e aproveitar a IA é fundamental para o plano de modernização do ELP. A diretora da Agência de Segurança cibernética e Infraestrutura dos EUA, Jen Easterly, alertou que a inteligência artificial pode ser a “arma mais poderosa do nosso tempo”. sido em vão. A Inteligência artificial exigirá um código de ética a ser observado por seus criadores, os humanos que, em última instância, serão responsáveis por erros ou acertos de sua invenção maluca, uma vez que, desprovidos da onisciência, não possuem a prerrogativa de antever o futuro.
As causas que motivam as guerras entre nações, ou entre partidos de uma mesma nacionalidade ou de etnias diferentes, com o fim de impor supremacia ou salvaguardar interesses materiais, geopolíticos ou ideológicos, buscando impor algo pela força e pela violência, interesses próprios. A guerra por vezes é vista em certos trechos como um instrumento divino para punir o povo que rompe o pacto e transgride a lei na qual acredita.
Conflitos armados acontecem por diferentes motivações, como desentendimentos religiosos, interesses políticos e econômicos, disputas territoriais, rivalidades étnicas, entre outras justificativas pouco ou nada razoáveis.
Muita gente morrendo
Vidas perdidas nos últimos conflitos militares, número de vítimas de guerras e conflitos globais disparam em 2024. Estudo do Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (IISS) mostra que cerca de duzentas mil pessoas morreram e milhões foram deslocadas em mais de 130 conflitos armados pelo mundo.
O Conselho de Segurança da ONU realizou um debate aberto sobre proteção de civis em conflitos armados. O relatório apresentado pelo secretário-geral sobre o tema qualifica o estado da proteção dos civis em 2023 como “extremamente sombrio”. Segundo as Nações Unidas, ocorreu pelo menos 33.443 mortes de civis em conflitos armados em 2023, um número de 72% maior do que em 2022. A proporção de mulheres e crianças mortas duplicou e triplicou, respectivamente, em comparação com o ano anterior, o que é inconcebível na mais básica capacidade de compreensão da realidade.
As guerras só geram retrocesso e a ilusão tola de vitória, perda de vidas humanas, que sem dúvidas é um dos resultados mais duros e cruéis. Isso acontece de forma numerosa, todos os dias. Inocentes indefesos são sacrificados, jovens soldados morrem no campo de batalha, enquanto a violência indiscriminada atinge diretamente a população civil, sobretudo, mulheres e crianças.
Entre as principais causas dos conflitos militares destacam-se a busca de ganhos territoriais ou a competição por recursos; a procura de ganhos e/ou vantagens econômicas; as divergências religiosas; os nacionalismos idiotas; as vinganças; as revoluções; os conflitos civis internos e, as guerras defensivas na forma preventiva.
A perspectiva de importantes filósofos
Para Nicola Maquiavel (1469–1527) filósofo renascentista e diplomata italiano, a guerra é o eixo principal da política, todas as suas instituições e derivações por mais pacíficas que se apresentem, de fato existem segundo seus desdobramentos ou antecipações.
Na visão de Segismundo Freud (1856–1939) neurologista austríaco e pai da psicanálise, as guerras só serão evitadas “se a humanidade se unir para estabelecer uma autoridade central, a qual será conferida o direito de arbitrar todos os conflitos de interesses com imparcialidade e justiça.
Albert Einstein (1879–1955) físico e matemático nascido na Alemanha, entendia “não existir nenhum motivo para fazer a guerra, sob o ponto de vista racional”. Todas as nações são, conceitualmente, favoráveis à paz. Ele também argumenta: “Não sei como será a terceira guerra mundial, mas sei como será a quarta: com pedras e paus”.
Karl von Clausewitz (1780–1831) definiu a guerra como a “continuação da política por outros meios”.
Impactos catastróficos ao meio ambiente
Ocasionada pela capitulação da razão diante da prevalência de interesses mesquinhos e insanos das elites políticas, irresponsáveis e mentalmente doentias, as guerras causam prejuízos irreparáveis e tem um custo superior aos possíveis ganhos, pois, além do elevado e desnecessário custo para a vida humana, conflitos militares causam impactos ambientais duradouros: vitimizam a biodiversidade e os ecossistemas e causam poluição e contaminação do ar, do solo e da água.
Aliás, além da satisfação da vaidade insana, lucrativa para a indústria imoral que se vale das desgraças que castigam cruelmente a parte mais vulnerável dos habitantes do planeta, racionalmente não se pode dizer que as guerras possuem pontos positivos. Pelo contrário, os desdobramentos nocivos à humanidade são numerosos e abrangentes, impactando diversas áreas da sociedade e do mundo. Elas deixam uma trilha de destruição física, emocional e socioeconômica, afetando profundamente as sociedades desenvolvidas e o mundo como um todo.
Carência total de amparo moral
Mesmo fazendo parte da vida humana desde tempos imemoriais, por todas as civilizações, apesar do enorme cortejo de sofrimento e miséria e da vergonhosa quantidade de mortos, feridos, mutilados, desalojados, famintos, refugiados etc., que invariavelmente arrasta consigo.
Embora relutemos em admitir, a guerra é inerente à natureza humana, apesar dos esforços da comunidade internacional, como, por exemplo, a Carta das Nações Unidas, para a limitar — e até erradicar —, ela continuará existindo. Devido ao seu caráter e o instinto violento primitivo não erradicado, a guerra é uma fonte óbvia de questões de natureza moral, incompetência e carência de vontade política para impedi-las.
Para os teóricos do pacifismo, nenhuma guerra conta com o mínimo respaldo na moralidade e os presumíveis benefícios delas decorrentes serão infinitamente menores que os malefícios, violando deveres absolutos como o de não matar os semelhantes.
A teoria da guerra justa representa a resposta do cristianismo, por exemplo, ao problema moral das guerras. Na sua essência, essa resposta consiste em dizer que a guerra, ao contrário do que pensam os realistas, é abrangida pela moral e que, apesar disso, por vezes pode ser justificada. Essa teoria opõe-se, assim, tanto ao realismo como ao pacifismo.
Em nosso tempo, devido ao surgimento do armamento nuclear, à intervenção preventiva americana com objetivo de destruir a infraestrutura de enriquecimento de urânio pelo Irã é realista, pois, impede que uma nação onde o extremismo, o radicalismo e a loucura religiosa alcancem os meios que possibilite a destruição das democracias ocidentais.
O único tipo de guerras justificável seria a guerra por objetivos justos, com o propósito de libertar as mentes para uma verdadeira evolução que conduza a humanidade a níveis elevados de consciência, objetivando a erradicação da miséria crônica, da fome e do ranço arcaico que mantém milhões de seres humanos atrelados a ignorância, impossibilitados das condições intelectuais necessárias para a conceituação própria da realidade, sem a necessidade de rótulos de nenhuma natureza, sob a égide do sentido comum.
A religiosidade foi transformada num lucrativo comércio que prospera com a venda de ilusões fantasmagóricas improváveis. Oportuno mencionar que 89% da população do planeta afirmou acreditar em Deus ou na existência de uma força superior imaginária. Conforme pesquisa feita pelo instituto Ipsis em 2023, realizada em 26 países, apenas 2,3% da população da terra se declarou ateísta.
Bastaria com que os pretensos religiosos, respeitassem umas as outros e praticassem de fato os ensinamentos que professam, defendem e são capazes de matar reciprocamente para impor as verdades que acreditam, para que a realidade planetária fosse de inclusão, justiça e paz em plenitude, sem a prevalência da ganância, do egoísmo individualista que a natureza perversa instintiva e vergonhosamente pouco evoluída tem transformado o mundo em um verdadeiro inferno, dificultado a ascensão da humanidade.
Seria razoável questionar? O que está errado com a parcela majoritária da humanidade adoradora e defensora de seus deuses? Estão praticando aquilo que apregoam e dizem acreditar, ou apenas usando o nome de Deus para causar conflitos numa demonstração vergonhosa de empobrecida capacidade de discernimento? Será que a ínfima parcela de ateus é a verdadeira responsável por tantas desgraças?
A paz alcançada no Oriente Médio graças à iniciativa meritória de Donald Trump
Sem a firmeza de propósitos e a liderança ousada e corajosa do governo Trump, poderíamos estar vulneráveis, e num futuro próximo, reféns do terrorismo islâmico. O mundo teria que conviver com a chantagem de destruição se não passasse a observar suas regras de crenças arcaicas e absurdas. Portanto, a ação militar preventiva americana determinada pelo presidente americano foi legítima, necessária e pontual, e não causou a morte de civis ou militares iranianos cujo dano causado aos alvos (usinas de processamento de urânio) poderá ser descrito de forma precisa depois de uma inspeção a ser feita por pessoal qualificado, ainda que, conforme declarações de autoridades daquele país, os danos foram significativos.
O fato é que sem a competente e efetiva demonstração de força militar dos EUA a paz estaria distante e o planeta afogado em mais incertezas. O presidente tem méritos de sobra para ser distinguido por ter agido como verdadeiro estadista, de forma corajosa tendo como objetivo de salvar a vida de milhares de seres humanos e animais que poderiam ser surpreendidos por uma inesperada explosão atômica, sem a menor chance de salvarem suas vidas. Mais importante, ainda: assegurou a paz na região, aliviando os temores pela ameaça concreta de destruição objetivada há muitas gerações por aquela nação islâmica.
Vale lembrar que na cultura latino-americana a teoria da ação preventiva é muito usada inclusive por todos as classes sociais. Por exemplo, quando um vizinho jura que matará o outro, o ameaçado age antes e o despacha preventivamente, o que parece uma alternativa existencial razoável. Ainda assim, não há certeza de que os iranianos não tenham removido o urânio enriquecido, materiais e equipamentos para outros lugares, conforme Saddam Hussein possivelmente tenha feito antes da guerra do Golfo no governo do Presidente Bush.
Os críticos ou simpatizantes dos regimes totalitários e inimigos do mundo livre preferem acusar a ação daquela coalizão por não terem encontrado o que buscavam. Obviamente, eles tiveram suficiente tempo para esconder suas armas prevendo serem atacados preventivamente.
O reconhecimento à liderança do presidente americano tem sido testemunho por elogios mundo afora: “Parabéns e obrigado por sua ação decisiva no Irã. Isso foi realmente extraordinário, é algo que ninguém mais ousou fazer”, declarou o secretário-geral da OTAN, Mark Rutte, na reunião de cúpula em Haia essa semana.
Guerras acontecem no vácuo de autoridade da ONU, sobretudo, decorrente da incompetência diplomática
A ONU foi criada com o propósito de evitar novas guerras, mas, como podemos ver, ela tem-se mostrado inútil. Um organismo multilateral legítimo e necessário sob os objetivos filosóficos constantes da letra de sua carta, mas sem o poder coercitivo dos Estados Unidos e sua contribuição financeira, a ONU existe como abstração onerosa, ineficiente e pesada. Se fosse um organismo credível e respeitado pelos Estados-membros, sem dúvida nenhuma guerra teria corrido desde sua criação.
Na prática, essa Organização tem servido como cabide de emprego para indicados por critérios políticos e apadrinhados de qualificação duvidosa, por governos corruptos que infestam com sectarismo político e ideológico o que explica a indiferença para o exame de propostas sérias que lhes são submetidas objetivando contribuir para o encontro de soluções aos problemas que afligem a humanidade. Sua estrutura administrativa é onerosa e ineficiente, além da constatada falta de credibilidade para fazer cumprir as Resoluções que aprova.
A não omissão cidadã, um dever de consciência
Consciente de que todos, na condição de habitantes deste planeta, temos a responsabilidade moral de exercitar a cidadania, encaminhei duas propostas àquele Organismo, que não se dignou a apreciar o mérito, enquanto hoje, passados 19 anos, os temas continuam esperando por competência e boa vontade:
A primeira, sobre preservação ambiental, em 2006, um estudo encaminhado ao então secretário-geral da ONU, Sr. Ban Ki-Moon, e ao Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), outro estudo – este, sugerindo que fosse avaliada a possibilidade de declaração tornando os mananciais de água potável do planeta, incluindo as reservas florestais, Patrimônio da Humanidade.
No documento sugeri ainda, a tipificação por aquele organismo como delito criminal universal toda ação causadora de agressão ou danos a essas reservas imprescindíveis à vida na terra, e defendia que as Forças de Paz das Nações Unidas fossem capacitadas para intervir, quando convocadas pelos países membros, com o propósito de ajudar combater a destruição do meio ambiente.
Diversos meios de comunicação noticiaram o documento. A revista Forbes publicou matéria em 20/12/2006, e a cadeia de televisão ABC (Eyewitness) fez o mesmo em 24/12/2006; Telemundo, canal hispânico de televisão, destacou o assunto em cadeia nacional, no dia 23 de dezembro do mesmo ano.
A segunda proposta, sobre combate a fome foi encaminhada à FAO em maio de 2008, a motivada com a alarmante escassez de alimentos, causadora da morte de milhões de pessoas no mundo, enquanto toneladas de gêneros alimentícios são perdidas por deterioração, prescrição do prazo de consumo e degradação resultante da precariedade de armazenamento.
Desta maneira, sugeri ao diretor-executivo do Programa de Alimentação Mundial (PAM) das Nações Unidas, a adoção de medidas efetivas com o propósito de incentivar, tanto o governo quanto o setor privado, à construção de plantas para desidratação de alimentos em larga escala, com vistas ao atendimento emergencial em crises econômicas agudas ou causadas por conflitos bélicos, ou catástrofes naturais (tsunamis, inundações, secas, furacões e terremotos). Tal proposta foi também compartilhada com o governo americano, com o pedido para que fosse avaliada a possibilidade do uso da tecnologia freezedrying, para ampliação das reservas alimentícias estratégicas.
Ambas as propostas foram registradas e defendidas em pronunciamento no plenário do Senado da República brasileira pelo Senador Álvaro Dias e inseridas no Diário Oficial do SF de 14/4/2021.
O perigo permanente de uma agressão nuclear é real
Devemos desconsiderar que o Irã é uma nação rica com suficiente dinheiro para adquirir de seus aliados Rússia e China algumas bombas presumivelmente fabricadas pela então União Soviética. Uma pequena parte do arsenal nuclear desapareceu devida à incapacidade de controle efetivo e seria possível para o Irã comprá-las no mercado negro com menores custos que a construir.
Alternativas viáveis exigem razão
Se metade do orçamento com gastos militares em 2024, que o mundo aplicou, equivalente a US$ 2,46 trilhões no setor, conforme dados oficiais fosse direcionado a guerra contra a fome, com o fomento da agricultura, dos recursos hídricos e da preservação ambiental, estaríamos no norte correto para revertera vergonhosa realidade que cobra responsabilidade, competência e vontade política daqueles que têm a responsabilidade moral e de ofício de encontrar soluções em vez de gerar problemas.
Essa realidade desafia para uma mudança de mentalidade, considerando que todos estamos aqui de passagem, por um exíguo tempo que muitos dos que dão as costas à razão, ao desenvolvimento harmônico do planeta insistem ignorar. Sobretudo, contrasta com os dados constantes do Relatório das Nações Unidas sobre o Estado da Insegurança Alimentar Mundial (SOFI 2024), que aponta o severo crescimento da insegurança alimentar em todas as regiões do planeta onde campeia o flagelo da fome.
Orientado por uma reflexão imparcial, este texto tem como propósito compartilhar impressões do autor e descompressão de sua sensação de impotência diante de tanta insensatez, obscuridade ante a ignorância crônica pela falta de comprometimento das elites mundiais com a consciência de que as mudanças são devem ser feitas por todos para que a vida das futuras gerações seja mais leve, saudável e harmoniosa.
Nascemos puros, e na esfera sociocultural e religiosa que nos formata, restringe, manipula e dificulta o desenvolvimento em diferentes planos, aprendemos a odiar, discordar e provocar conflitos devido à falta de habilidade para utilizar a inteligência que deveria nos favorecer em relação aos irracionais, mas nos tem colocado em posição inferiorizada em relação a eles, que mesmos desprovidos da capacidade de discernir, nos dão diariamente preciosas lições de coexistência pacífica.
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“A guerra é o resultado desprezível da loucura de extremistas, fanáticos, cretinos, hipócritas e inescrupulosos que, escondidos à distância na covardia, promovem a destruição do planeta e a vida de seus semelhantes; atropelando a razão, infligindo a ética, agredindo a racionalidade, causando sofrimento, semeando a morte indiscriminadamente, disseminando a injustiça, gerando a miséria, afugentando a consciência, enlameando a dignidade, para ao final, numa percepção patética da realidade, proclamarem-se vitoriosos, numa inversão total dos valores civilizatórios.” – Samuel Sales Saraiva