Um novo conceito para humanizar os zoológicos

O ZOO é a única instituição prisional no planeta onde todos os detentos são inocentes.

De restrições severas à recreação humana, a instituições de recuperação temporária para animais selvagens ou domésticos adoecidos, ou sujeitos a abusos.

Encarcerar animais para entretenimento, além de injusto, revela o lado vergonhoso, irracional, cruel e insensível da humanidade, evidenciando uma disparidade gritante em relação à razão e à lógica, diante do desrespeito covarde pela vida animal, cujos seres puros e indefesos são mantido presos sem compaixão. Nenhum pássaro trocaria sua liberdade por uma gaiola de ouro tendo a capacidade e o direito de sobreviver por eles mesmos.

Não cabe a ninguém o direito de confinar essas criaturas, condenando-as a um cativeiro injustificado, numa exibição de egoísmo admirada por multidões que os visitam para descomprimir um sadismo vergonhoso e instintivo.

A imagem de seres humanos nesses locais demonstra um estágio embrionário de consciência, ao se divertirem com o sacrifício desses inocentes aprisionados. 

O sentido existencial de seres racionais, assim como dos irracionais, é a liberdade.

Constatar a forma atual de como funcionam os zoológicos é algo triste, muito ruim e que não faz sentido se pensarmos de forma lógica. Infelizmente, o respeito integral à vida animal é um imperativo moral, pouco entendido pelas elites e pelas massas indiferentes.

Imagens de ursos polares correndo de um lado para o outro em um contêiner de concreto, isolados de seus parentes, são chocantes e revoltantes. 

Assim como nós, eles também sofrem e se enfadam quando privados de suas necessidades fundamentais e seu habitat natural. 

No cerne da questão, os seres humanos colocam em primeiro plano o egocentrismo, em detrimento da vida dos inocentes, cujos apelos são ignorados por aqueles que se tornam insensíveis aos lamentos por compaixão. 

Seres pacíficos e inocentes, que não cometeram nenhum ato que justifique sua prisão, privados da vida natural nas florestas e do convívio  com sua espécie. Para eles, o verdadeiro lar. Para humanos ou irracionais, a família é a parte mais importante da vida, um direito natural que deve ser respeitado.

Zoológicos acreditam que estão auxiliando na preservação das espécies. No entanto, vamos ser honestos — eles dão prioridade ao entretenimento humano, negligenciando a liberdade e a natureza que lhes pertencem, incluindo toda a fauna do planeta que necessita de liberdade para caçar e se movimentar em paz, conforme as leis naturais. 

Em cativeiro, eles se movimentam de uma extremidade a outra, olham fixamente e vão perdendo gradualmente o brilho nos olhos. O sofrimento de muitos é evidente. Os bichos não foram criados para viverem confinados. Eles vieram à existência para os céus, as matas, os mares e os picos. Todo ser vivo tem o direito de viver em liberdade. Não deve ser preso para o entretenimento de ninguém.

É necessário transformar zoológicos em centros de pesquisa e suporte aos animais.

As inovações tecnológicas, especialmente a inteligência artificial, oferecem uma alternativa realista para o desenvolvimento de aplicativos de sensibilização ambiental. Isso ajusta os zoológicos às novas eras civilizatórias, proporcionando, por meio de programas educativos realistas, oportunidades extraordinárias de aprendizado sobre a vida selvagem e a natureza, tanto para crianças quanto para adultos. A Inteligência Artificial (IA) está sendo gradualmente incorporada neste cenário, contribuindo para a sustentabilidade.

A consciência e o respeito à vida animal estão se desenvolvendo rapidamente, tornando dispensável o contato direto com animais, frequentemente espécies em perigo de extinção. Além disso, os zoológicos podem ser espaços dedicados exclusivamente à pesquisa e à preservação, contribuindo para a preservação da biodiversidade. Eles podem atuar futuramente como centros de recuperação da saúde animal, prestando serviços tanto para animais selvagens quanto para domésticos, cuja demanda por serviços é substancial. 

Em última análise, os zoológicos deixariam de ser uma opção de diversão e se converteriam em centros de pesquisa relevantes para a conservação, proporcionando oportunidades valiosas para aprendizado e sensibilização acerca da relevância da vida selvagem e dos ecossistemas.

É possível ponderar e transformar-nos em ferramentas eficazes para estimular a conscientização em nossa sociedade. Podemos escolher passeios em safáris e reservas ecológicas que salvaguardam os animais em seu ambiente natural; devemos instruir e lembrar que a empatia é mais relevante que a curiosidade.

A partir do momento em que deixarmos de considerar os animais como meros objetos de entretenimento, nos transformaremos verdadeiramente em humanos. Imaginemos, num cenário hipotético, algum dia sermos aprisionados por seres extraterrestres e expostos nas mesmas circunstâncias como espécies exóticas para diversão e curiosidade deles.

Como indivíduos com capacidade de raciocínio, temos o dever moral de proteger os irracionais, instaurando a consciência do respeito incondicional. 

A reavaliação dos objetivos filosóficos e práticos dos zoológicos se faz necessária, e o espaço físico existente deve ser transformado em abrigos ecológicos e centros de pesquisas destinados à recuperação e à permanência temporária até a reintegração aos seus habitats, quando forem resgatados em estado de debilidade ou vítimas de maus-tratos.

Esse é um desafio para reflexão de Estados e Sociedades Civilizadas.

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