Hoje ao passar pela cidade de Gaithersburg localizada no condado de Montgomery na área metropolitana de Washington DC, e contemplar um pequeno museu ferroviário, limpo e bem conservado não pude deixar de compará-lo com a realidade vergonhosa em que se encontram peças, maquinas e registros históricos da origem da cidade de Porto Velho fundada pelo americano Farquhar. Enquanto contemplava uma locomotiva fabricada em 1918 impecavelmente cuidada e em condições de trafegar fui surpreendido com a passagem de um extenso trem de cargas…
Já em Rondônia a realidade lamentavelmente é outra. Há muito tempo as autoridades do Estado relegam o patrimônio histórico ferroviário ao descaso quando deveriam se preocupar em conservar o que restou da E.F.M.M construída ao custo do sacrifício de milhares de vidas humanas. Através de fotografias constata-mos o abandono e as ruínas denunciadas por reportagens feitas por diferentes setores da sociedade. Um patrimônio sucateado e a mercê da ação do tempo e do desleixo daqueles que são pagos (e muito bem) para zelar e preservar nossa história.
Ao contrário da visão brasileira, aqui nos EUA, além de conservarem a história, ampliaram a malha ferroviária que até hoje atende a demanda no transporte de cargas e passageiros a um custo baixo com mínimos danos ao meio ambiente.
Apenas as folhas rolavam a mercê do vento nesse início de outono contrastavam com a limpeza impecável do ambiente levados pelo vento, e junto a saudade chegava da terra natal gerando uma impiedosa tristeza pela percepção do contraste latente entre realidades abismais que algum dia poderão ser equiparadas através de um processo de educação que comece pelas elites gananciosas, mesquinhas e individualistas formadas por indivíduos que usam o poder público apenas para locupletarem-se criminosamente.
A diferença entre realidades tão antagônicas tem uma única resposta: a educação, o estagio socio-cultural em que os povos se encontram.
Que algum dia nossa E.F.M.M receba a atenção que merece como patrimônio cultural.