A crescente indiferença humana em relação à vida

A realidade reforça as ideias do existencialismo e do absurdismo, fomentando a convergência e a alienação das pessoas em relação à realidade  social e suas regras, evidenciando um vazio de significado na vida.

A incapacidade de se adequar à moralidade tradicional desgasta o próprio sentido existencial, à espera da conclusão de seu tempo natural. Uma avaliação rápida da situação humana pode revelar esse retrocesso em várias áreas. Para além da inversão de todas as regras, a humanidade está intensificando a perda da capacidade de empatia, promovendo atitudes violentas e de morte como meio de protesto e alívio de frustrações.

A concepção de que a existência é intrinsecamente sem sentido e que as pessoas precisam desenvolver seu próprio sentido fortalece o existencialismo, juntamente com o absurdismo, fundamentado no embate entre a procura humana por sentido e o silêncio indiferente do cosmos. A alienação pode ser observada no afastamento dos indivíduos em relação à sociedade e às suas expectativas. Ademais, a carência de reações emocionais diante dos acontecimentos da vida intensifica a indiferença e a apatia.

A diluição dos valores que sustentam a moralidade tradicional ao presente gera um conflito silencioso: aquilo que deveria orientar e dar sentido passa a oprimir e desgastar. Quando a moral não acompanha a realidade, ou tem seus valores invertidos, ela deixa de ser um horizonte ou bússola e se torna peso, corroendo o próprio significado da vida.

Nascemos na civilização, mas a adaptação a este modo de vida é um processo de formatação, violento, tanto para o corpo como para a mente. Isso nos faz acreditar que a crueldade e a injustiça estão na própria vida. 

A ideia denominada Deus, se tornou habitual

As contradições de difícil aceitação, que se apresentam como ilógicas e desprovidas de razoabilidade, assim como a interpretação errônea do significado das normas sociais e sua adesão como se fossem um ente desprovido de senso lógico, são compelidos a obedecer a tais preceitos éticos, na completa ausência de moralidade.

Começando pelas religiões, que atraem grandes multidões, afirmam ser devotadas a Deus, fomentam conflitos, provocam desordem coletiva e com frequência recorrem à violência para sustentar suas doutrinas, embora não as pratiquem. Ao invés disso, destituídos de senso de humor e conhecimento, e instintivamente agressivos, os leigos cristalizam a hipocrisia, agindo como juízes, presunçosos, sem legitimidade moral e indiferentes ao drama de seus semelhantes.

Enquanto a fome, as disparidades e a mortalidade predominam, entidades que invocam o nome de Deus lucram com a venda de ilusões com promessa de realização no plano espiritual e erguem tesouros avaliados em trilhões de dólares. Estimulados pela falta de leis mais severas contra o charlatanismo, continuam impunes, perpetuando uma insanidade vergonhosa e sem paralelo. Tudo isso acontecendo frente à inércia da “divindade” toda poderosa, onisciente e onipresente, concebida por ilusionistas, que representa a essência do que pretensamente almejaram ser e possuir, mesmo que seja totalmente impraticável.  

Desde então, desenvolveram o conceito chamado “Deus” em diversas culturas, propagando a morte e promovendo conflitos inúteis entre si e com outras nações. Uma personalidade com autoridade limitada ao campo da fé, aprisionada no limitado espaço da mente, incapaz de ouvir crianças inocentes assassinadas quando buscavam comunhão, como aconteceu recentemente numa escola cristã de Mineapolis, nos Estados Unidos.

A corrupção se alastra como câncer por todas as camadas da sociedade

As incongruências alarmantes levam os cidadãos conscientes a perder a fé nas normas sociais estabelecidas, as quais são geridas por indivíduos poderosos e imorais, compelidos a comportar-se de maneira irracional, desprovidos da habilidade de pensar criticamente, sujeitando seus semelhantes a injustças e aceitando a moldagem imposta pelo ambiente sociocultural que os aprisiona desde o nascimento. Ademais, o que complica a situação é que o excesso de pressão da realidade pode levá-los a ações violentas inesperadas contra inocentes, vistas como “anti-sociais”, ao serem convertidos em instrumentos de ódio e destruição. 

Fanáticos religiosos, incultos lavadores de cérebros 

Habilidosos para contestar e confrontar, mas incapazes de escutar e ponderar, insensíveis ao raciocínio lógico e céticos em relação à lógica. Não faria sentido a violência, nem a tentativa de alterar essa trajetória. No entanto, é impossível não sentir a alma tomada por um intenso e legítimo sentimento de indignação pela ignorância latente e injustificável.

A audácia fomentada pela precariedade de conhecimento, a curta visão e o fanatismo permite que pseudo teólogos discutam, como se fossem doutores estudiosos em teologia, temas memorizados cujas respostas ou explicações são desprovidas de qualquer razoabilidade. Quando confrontados, representantes de diferentes seitas e tradições religiosas encontrarão dificuldades em estabelecer a verdade, uma vez que cada um deles a reivindica, assemelhando-se a uma peça teatral babilônica, povoada por indivíduos imersos no surrealismo, alheios à realidade do mundo material, do qual se aproveitam com notável oportunismo e total desconsideração pela ética.

As pressões impactando o sentido existencial

Investigações indicam que o suicídio, ou atos crimes contra a vida de inocentes tem se intensificado, especialmente entre os jovens, que optam por abandonar a vida ao invés de se submeterem a uma realidade insana e desprovida de significado, na qual a hipocrisia predominante agrava o hiato entre a fé e as ações retóricas vazias e impraticáveis. Alguns deles compreendem que precisam partir levando consigo o maior número possível de indivíduos. Trata-se do exercício do chamado livre arbítrio, sem que as vítimas tenham a possibilidade de escapar com vida.

A destruição insana do meio ambiente

Inferiores se comparados aos denominados irracionais, eles queimam, poluem e destroem a Terra, convertendo-a num imenso depósito de lixo. Impossível ocultar tamanha insanidade; isso seria como tentar obstruir a luz do sol com uma peneira ou substituir o conceito de decência pelo da indecência, e a sanidade pela insanidade, em uma afronta vergonhosa à razão. 

Ingratos, cruéis e covardes, agridem e destroem a fauna. Igualmente, a flora é impactada de maneira insana pelo fogo provocado pelo ser humano, uma ação que, na verdade, representa um crime contra a humanidade. Este, que já deveria ter recebido essa classificação da ONU. Os governos tornaram-se corresponsáveis ao desprezarem a inclusão da educação ambiental na grade curricular, desde a infância. 

Preocupado com a seriedade deste problema, apresentei ao Senador Alvaro Dias, na época líder do PODEMOS, uma sugestão que tornaria obrigatória a formação online de tomadores de empréstimos públicos e privados para projetos ligados ao meio ambiente. Ele fez a entrega, pessoalmente, ao Ministro do Meio Ambiente durante a administração de Bolsonaro. Posteriormente, remeti à Ministra do Meio Ambiente durante a administração de Lula. As duas ações foram negligenciadas, numa atitude irresponsável e contrária às legítimas aspirações da sociedade. 

Ignoram na realidade o que afirmam em discursos enganosos, sem a compreensão que, na ausência de um investimento significativo em educação a longo prazo, a perspectiva de uma população desfavorecida, marcada por uma cultura tradicional e ignorância crônica, legada por seus colonizadores, perpetua-se de forma imutável.”

O poder político tornou-se um apêndice a serviço do poder financeiro

Lamentavelmente, a autoridade política se tornou um apêndice do poder econômico, que cria as leis em benefício próprio e dos financiadores de suas campanhas. Só as pessoas que cometem crimes e que são pobres ficam na prisão. Poucas pessoas poderosas são punidas pela “justiça”. Isso ocorre igualmente com aquelas que cometem crimes de guerra ou que se apropriam dos recursos públicos.

Ninguém conseguirá impedir o declínio da humanidade em direção ao abismo, no qual será sepultada em um futuro não muito distante.

Para completar a insanidade, muitos integram organizações criminosas bem estruturadas, com influência nas agências responsáveis pela segurança e supervisão do Estado, sendo forçados a fingir que nada presenciaram. Com a autoridade limitada a infratores comuns, sem poder coercitivo aplicável a políticos corruptos, são forçados a constranger-se, sendo obrigados a adotar uma postura de subserviência parcial e desleal, para evitar punições ou destituição de suas funções em prejuízo do bem-estar coletivo, da justiça e do direito. A notável investigação realizada no Brasil contra a organização criminosa conhecida como PCC, por exemplo, tem provocado inquietação no ambiente político de Brasília. A população, que crédula e desinformada sobre o que ocorre nos bastidores da política, só fica ciente das fraudes quando ocorrem confrontos entre facções criminosas disputando o controle com rivais políticos.

Ironicamente, numa total inversão de valores civilizatórios, os políticos e líderes de grupos sociais, incluindo religiosos inescrupulosos, frequentemente demonstram transtornos de caráter e personalidade antissocial ao cometer atos ilícitos, fraudulentos, exploradores e imprudentes para benefício próprio. Eles buscam justificar ou racionalizar suas ações, disfarçando-se como defensores da ética e da moralidade. No entanto, vivem de forma escandalosa às custas de uma parcela sofrida da população que trabalha mais de 149 dias por ano para pagar os impostos que os sustentam, vivendo de forma nababesca e extravagante, ostentam riquezas as quais honestamente não poderiam justificar com fontes licitas de renda. Geralmente são mentirosos e desleais compulsivos.

O FATO incontestável é que a humanidade está se tornando cada vez mais melancólica, vingativa, ansiosa e apreensiva, o que está gerando sérias consequências para a saúde mundial. A chave para compreender problemas e causar desconforto ou descobrir soluções está em cada mente. Trata-se apenas de escolher sempre dar prioridade aos pontos positivos em vez dos aspectos negativos.

A sensação de bem-estar parece existir apenas nas recordações daqueles que, na simplicidade, tiveram a oportunidade de vivenciar períodos de prosperidade e paz em plenitude.

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“O TEMPO, em sua plenitude e autoridade, apaga TUDO, incluindo aquilo que algum dia possuiu relevância, impondo a TODOS o que tentamos negar: A INSIGNIFICÂNCIA de seres vaidosos e soberbos, avançando em direção ao NADA, destituídos do senso elementar do ridículo, detentores de uma consciência arcaica que delira e idealiza o desconhecido, sob a influência de IGNORÂNCIA crônica, comparável ao efeito de poderosos ALUCINÓGENOS. Narcisistas e ingênuos como a avestruz, que aproxima do chão o minúsculo cérebro, deixando em evidência seu volumoso e emplumado traseiro.”

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