‘Teologia’: A disseminação impune e vergonhosa do atraso, da hipocrisia, do sofrimento, da exploração e da morte

“O desafio da leitura com predisposição para compreender e refletir,  não apenas para contestação doutrinária e sectária”

– A Teologia, pseudo ciência-acadêmica, surgiu na idade media criada pelo cristianismo e hoje existe para o estudo de crenças que tratam pretensiosamente de descobrir, inventar e plantar verdades presumivelmente ocultas na mitologia. Valendo-se de impressionante marketing tão efetivo quanto a chamada lavagem cerebral, tem alcançado a expansão doutrinaria de multidões (sobretudo entre os menos informados) e são responsáveis por entravar a evolução da mente humana pela religiosidade em diferentes representações sociais e culturas. Busca essa disciplina formar “pescadores de almas” valendo-se da discriminação de teorias, delirantes e fantasmagóricas que vão desde o absurdo de se comprar vida eterna pagando nesse plano com a ilusão de receber o beneficio após a morte física, facilmente  logrando a fé dos incautos convencidos por técnicas persuasivas atemorizantes tais como fogo eterno, dor e destruição. Doutrinadores capazes de matar usando o nome da fé que professam, mas incapazes de exercer a solidariedade sem a contra-partida de obediência e fidelidade a eles. Esnobadores de insustentável arrogância, agentes da desonestidade e sonegadores de boas obras se contradizem ante a ignorância dos que menosprezam o discernimento numa ridícula postura de interação e merecimento mutuo.

Wikipédia, a mais completa enciclopédia livre mundial da atualidade cita que Aristóteles, por sua vez, classificava como “teólogos” os criadores dos mitos (Hesíodo, Homero, poetas que narraram os feitos dos deuses e heróis, suas origens, suas virtudes e também seus vícios e erros), de “teologia” o estudo metafísico do ente em seu ser.

O termo pode também referir-se a um estudo de uma doutrina ou sistema particular de crenças religiosas – tais como a teologia judaica, a teologia cristã, a teologia islâmica. Existem, portanto, a teologia hindu, a teologia judaica, a teologia budista, a teologia islâmica, a teologia cristã (incluindo a teologia católica-romana, a teologia protestante, a teologia mórmon a umbandista e dezenas de seitas. A profissão de teólogo em vários países é exercida sem regulamentação legal principalmente  em países do chamado terceiro mundo onde se expandem vertiginosamente entre os segmentos sociais mais castigados economicamente e ao borde da capitulação psicológica, tornando-se presas fáceis ao doutrinamento. A conivência e tolerância de governo corruptos relutam em estabelecer parâmetros éticos e morais de forma a resguardar a privacidade dos cidadãos. Sem terem que observar princípios éticos ou limites atuam de forma abusiva, ‘onipotente’ e impunes protegidos pelo ilimitado manto da parcialidade chamado “direito a liberdade de culto”.

Deus existe?

Os estudos teológicos, ou inalações teóricas eivadas de fantasias, contradições incoerentes desprovidas de sentido comum demonstram que não existe fatos que amparem razão suficiente para merecerem credito algum.  Tais estudos giram em torno da existência de um Deus como foco principal e baseiam-se na argumentação contrária ou favorável a realidade de um Deus teísta. O significado contemporâneo da palavra Deus, originou-se entre Hebreus e Romanos e na atualidade adorado pelos cristãos e judeus, e islâmicos que os chamam de Alá.

Sob a ótica da metodologia científica torna-se impossível comprovação da existência de deus(es), bem como em tais circunstâncias é improvável que o homem conheça sobre algo a respeito diante da impossibilidade de conhecimento sobre deus(es), então com ênfase na lógica racional seria obviamente plausível ausentar com todas as chances de certeza a impossibilidade da existência de deus(es), diante da impossibilidade de conhecimento a respeito da existência do(s) mesmo(s), tampouco deve-se então evidenciar a existência de deus(es) diante da ausência de evidência(s) pois esta é uma premissa inválida a rigores do método científico, então seria inválido nitidamente uma teoria que ao menos possibilita-se a existência de deus(es), logo pode-se concluir que é improvável que deus(es) exista(m). Essa visão realista corrobora a refutação de Deus, o que é perfeitamente coerente com a declaração de que Deus não faz parte do escopo analítico da Ciência. No entanto nada impede que a Fé e ciência podem conviver harmoniosamente. Independentemente das convicções, os cientistas actuais nunca demonstraram a existência ou inexistência de Deus (até porque, como já foi afirmado, tal assunto extrapola o método científico).

A improvável existência de Deus limita o criacionismo a fé ilus ória

A Wikipédia, projeto de enciclopédia multilíngue de licença livre, descreve o criacionismo como crença religiosa  na qual a humanidade, a vida, a Terra e o universo são a criação de um agente sobrenatural. No entanto, o termo é mais comumente usado para se referir à rejeição, por motivação religiosa, de certos processos biológicos, particularmente a evolução.Desde o desenvolvimento da ciência evolutiva a partir do século XVIII, vários pontos de vista criados tiveram como objetivo conciliar a ciência com a narrativa de criação do Gênesis. Nessa época, aqueles que mantinham a opinião de que as espécies tinham sido criadas separadamente eram geralmente chamados de “defensores da criação”, mas eram ocasionalmente chamados “criacionistas” em correspondências privadas entre Charles Darwin e seus amigos.

À medida que a controvérsia da criação versus evolução se desenvolveu, o termo “antievolucionistas” tornou-se mais comum. Em 1929, nos Estados Unidos, o “criacionismo” tornou-se o primeiro termo especificamente associado com a oposição de cristãos fundamentalistas para a evolução humana e a crença em uma Terra Jovem, embora seu uso tenha sido contestado por outros grupos que acreditam em vários outros conceitos de criação.

Desde os anos 1920 o criacionismo, nos Estados Unidos, foi estabelecido em nítido contraste com as teorias científicas, como a da evolução, que decorrem a partir de observações naturalistas do Universo e da vida. Criacionistas acreditam que a evolução não pode explicar adequadamente a história, a diversidade e a complexidade da vida na Terra. Criacionistas conservadores das religiões judaica e cristã geralmente baseiam as suas crenças em uma leitura literal do mito da criação do Gênesis. No entanto, outras grandes religiões têm mitos criacionistas diferentes, enquanto que os vários indivíduos religiosos variam em sua aceitação das descobertas científicas. Por exemplo, Papa Francisco, o líder mundial dos católicos romanos, afirmou que o evolucionismo e a teoria do Big Bang são linhas de pensamento corretas e que não entram em conflito com o catolicismo. Além disso, os chamados criacionistas evolucionários possuem diferentes conceitos de criação e aceitam a idade da Terra e a evolução biológica conforme descrito pela comunidade científica.

Quando a corrente principal da pesquisa científica produz conclusões teóricas que contradizem a interpretação criacionista literal de escrituras consideradas sagradas por religiosos, os que defendem o criacionismo muitas vezes acabam por rejeitar conclusões obtidas através do método científico, teorias científicas ou a metodologia usada nos estudos. A rejeição do conhecimento científico tem suscitado controvérsias políticas e teológicas. Dois ramos derivados do criacionismo—”ciência da criação” e “design inteligente”tem sido caracterizados como pseudociências pela grande maioria da comunidade científica.  A mais notável preocupação de criacionistas é contestar o processo de evolução dos organismos vivos, a ideia da origem comum, a história geológica da Terra, a formação do sistema solar e a origem do universo.

Muitos cristãos discordam do ensino do criacionismo e ressaltam: “No artigo “Design Inteligente como um problema teológico”, George Murphy argumenta contra a visão de que a vida na Terra, em todas as suas formas, é uma evidência direta do ato da criação de Deus (Murphy cita a reivindicação de Phillip Johnson de que “um Deus que agiu de forma aberta e deixou suas impressões digitais em todas as provas.”). Murphy argumenta que esta visão de Deus é incompatível com a compreensão cristã de Deus como “aquele revelado na cruz e na ressurreição de Jesus.” Assim como o filho de Deus limitou-se, tomando forma humana e morrendo na cruz, Deus limita a ação divina no mundo para estar de acordo com leis racionais que Deus escolheu. Isto nos permite compreender o mundo em seus próprios termos, mas também significa que os processos naturais se escondem de Deus a partir da observação científica”.

Para Murphy, uma teologia da cruz exige que os cristãos aceitem um naturalismo metodológico, o que significa que não se pode invocar Deus para explicar fenômenos naturais ou mesmo “milagres”, embora reconhecendo que essa aceitação não exige aceitar um naturalismo metafísico, que propõe que a natureza é tudo o que há.

Outros cristãos têm expressado dúvidas sobre o ensino do criacionismo. Em março de 2006, o Arcebispo de Cantuária, Rowan Williams, líder dos anglicanos do mundo, declarou seu desconforto sobre o ensino do criacionismo, dizendo que o criacionismo era “uma espécie de erro de categoria, como se a Bíblia fosse uma teoria como outras teorias.” Ele também disse: “Minha preocupação é que o criacionismo pode acabar reduzindo a doutrina da criação em vez de melhorá-la.”

Em abril de 2010, a Academia Americana de Religião emitiu Guidelines for Teaching About Religion in K12 Public Schools in the United States, que incluiu a orientação de que a ciência da criação ou o design inteligente não deveria ser ensinado nas aulas de ciências, sendo que a “ciência da criação e o design inteligente representam visões de mundo que estão fora do domínio da ciência que é definida como (e se limita a) um método de pesquisa baseado na recolha de evidência observável e mensurável para os princípios específicos de raciocínio.” No entanto, eles, assim como outras “visões de mundo que se centram sobre a especulação sobre as origens da vida representam uma outra forma importante e relevante da investigação humana, que está adequadamente estudada na literatura ou em cursos de ciências sociais. Tal estudo, entretanto, deve incluir uma diversidade de visões de mundo representando uma variedade de perspectivas filosóficas e religiosas e deve evitar privilegiar uma visão como mais legítima do que outras.”

Alerta

O doutrinamento religioso pode gerar de graves transtornos mentais, al é m de inibir e bloquear a capacidade de ampliação do conhecimento atrav é s da leitura livre – As organizações religiosas filtram e omitem informações para evitar questionamentos legítimos, subestimando a capacidade de interpretação de seus membros


Marlene Winell PhD – ‘Uma diva intelectulizada’  (Foto: Reprodução)

Filha de missionários cristãos a especialista ajuda há mais de 20 anos homens e mulheres a se recuperarem das doenças psicológicas não só causadas por crenças religiosas, mas também aquelas que acabam sendo realçadas pelo fundamentalismo religioso

“ Depois de 27 anos tentando viver uma vida perfeita eu achei que tinha falhado… Eu tinha vergonha de mim durante todo o dia. Minha mente lutava contra ela mesma, sem alívio. Eu sempre acreditei em tudo que me foi ensinado, mas ainda assim pensava que não tinha a aprovação de Deus. Eu pensava que ia morrer no Armagedom. Durante anos, eu me machucava literalmente, cortava e queimava meus braços, para me punir antes que Deus o fizesse. Levei anos para me sentir curada. ”

Esse relato é de um paciente de Marlene Winell, americana de San Francisco que se especializou em desenvolvimento humano e estudo da família. Ela é autora do Leaving the Fold: A Guide for Former Fundamentalists and Others Leaving their Religion — livro que, como diz seu título, é um guia sobre como se livrar das consequências ao abandonarem suas Religiões. Winell cunhou o termo “Síndrome do Trauma Religioso”, STR (na sigla em português), para classificar os sintomas de pacientes que sofrem de transtornos mentais em decorrência da lavagem cerebral de religiões.

Filha de missionários da Assembleia de Deus, Winell ajuda há mais de 20 anos homens e mulheres a se recuperarem das doenças psicológicas não só causadas por crenças religiosas, mas também aquelas que acabam sendo realçadas ou despertadas pelo fundamentalismo cristão.

Em entrevista à psicóloga Valerie Tarico, Winel disse que os sintomas do STR inclui, além da ansiedade, depressão, dificuldades cognitivas e degradação do relacionamento social. “Os ensinamentos e práticas religiosas, por vezes, causam danos graves na saúde mental.”

“No cristianismo fundamentalista, o indivíduo é considerado depravado e tem necessidade de salvação”, afirmou. “A mensagem central é ‘você é mau e merece morrer, porque o salário do pecado é a morte. […] Já tive pacientes que, quando eram crianças, se sentiam perturbados diante da imagem sanguinolenta de Jesus pagando pelos pecados deles.”

Síndrome do Trauma Religioso se manifesta em pessoas de todas as idades, mas principalmente naquelas cuja personalidade esteja em formação, as crianças.

“As pessoas doutrinadas pelo cristianismo fundamentalista desde criança podem ser aterrorizadas por memórias de imagens do inferno e do apocalipse”, disse. “Algumas sobreviventes desse período, as quais eu prefiro chamar de ‘recuperadas’, têm flashbacks, ataques de pânicos, ou pesadelos na vida adulta, mesmo quando se libertaram das pregações teológicas.”

Um paciente relatou seus tormentos dessa fase de sua vida: “Eu acreditava que ia para o inferno por acreditar que estava fazendo algo de muito errado. Estava completamente fora de controle. Às vezes, eu acordava no meio da noite e começava a gritar, agitando os braços, tentando me livrar do que sentia. O medo e a ansiedade tomaram conta da minha vida.”

Winell afirmou que a recuperação de quem nasceu em uma família de fanáticos religiosos é mais difícil em relação àquele que adotou uma crença fundamentalista na vida adulta, porque não dispõe de parâmetro de comparação.

Ela disse que se livrar de uma religião é muito difícil em muitos casos porque isso significa pôr em risco um sistema de apoio composto por parentes e amigos, principalmente em relação às pessoas que nasceram em uma família de crentes fanáticos.

Uma paciente relatou o seu caso: “Eu perdi todos os meus amigos. Eu perdi meus laços estreitos com a família. Agora estou perdendo meu país. Eu perdi muito por causa desta religião maligna, e estou indignada e triste. . . Eu tentei duramente fazer novos amigos, mas falhei miseravelmente. Eu sou muito solitária.”

Outro paciente contou: “Minha vida estava fortemente arraigada e ancorada na religião, influenciando toda a minha visão do mundo. Meus primeiros passos fora do fundamentalismo foram assustadores, e eu tive pensamentos frequentes de suicídio. Agora isso está no passado, mas eu ainda não encontrei o meu lugar no universo”.

Winell disse que resolveu dar o nome de “Síndrome de Trauma Religioso” ao conjunto de sintomas e características da lavagem cerebral religiosa porque assim fica mais fácil estudar e diagnosticar as pessoas que sofrem desses males.

Ela argumentou que a nomenclatura “STR” fornece um nome e uma descrição para as pessoas afetadas pela religião, de modo que elas se sintam parte de um grupo e possam assim compartilhar suas experiências, reduzindo sua percepção de solidão e de culpa.

Por isso, Winell discorda de que a criação de termos como “recuperação de religião” e “Síndrome de Trauma Religioso” sejam uma tentativa de ateus de patologizar as crenças religiosas. Até porque, disse, “a religião autoritária e intimidatória já é patológica”.

Fonte: Valerie Tarico – AlterNet

Para reflexão dos doutrinadores religiosos de plantão:

“A tolerância significa dar a todos os seres humanos o direito que você reivindica para si mesmo”.

Robert Green Ingersoll (1833-1899)